Gripe suína

Gripe suína
A gripe é uma doença infecciosa aguda que afeta aves e mamíferos. É causada pelo Vírus ARN da família Orthomyxoviridae (dos vírus influenza). O nome influenza vem da língua italiana, e significa "influência"Em humanos, os sintomas mais comuns da doença são calafrios e febre, dor de garganta, dores musculares, dores de cabeça, tosse, fadiga e mal estar. Em casos mais graves causa pneumonia, que pode ser fatal, particularmente em crianças pequenas e idosos. Embora às vezes seja confundida com o resfriado, a gripe é muito mais grave e causada por vários tipos de vírus. Pode causar náusea e vômito, especialmente em crianças, mas tais sintomas são mais característicos da não relacionada gastroenterite, que pode ser chamada de "gripe de estômago" ou "gripe de 24 horas". Tipicamente, a gripe é transmitida por mamíferos infectados por meio do ar por tosses ou espirros, criando partículas contendo o vírus, e por aves infectadas por meio de suas fezes. Pode também ser transmitida pela saliva, secreções nasais, fezes e sangue. Infecções também ocorrem por meio de contato com estes fluidos corporais ou com superfícies contaminadas. Os vírus podem infectar por cerca de uma semana à temperatura do corpo, e por mais de 30 dias a 0 °C (32 °F), e por períodos mais longos em temperaturas mais baixas. A maior parte das variedades do influenza pode ser facilmente neutralizada por meio de desinfetantes e detergentes. A gripe se espalha ao redor do mundo em epidemias, que resultam em mortes de centenas de milhares de pessoas anualmente — milhões em anos de pandemia . Três epidemias da doença ocorreram no século 20 mataram dezenas de milhões de pessoas, com cada uma destas pandemias sendo causada pelo surgimento de uma nova variedade do vírus em humanos. Frequentemente, estas novas variedades resultam de uma gripe existente em espécies animais para seres humanos. A gripe aviária, chamada H5N1 mostrou-se a de maior risco para uma nova pandemia de gripe desde que começou a matar humanos na Ásia nos anos 1990. Felizmente, não sofreu uma mutação para uma forma que se espalha facilmente entre as pessoas. Em 2009, o México registrou os primeiros sintomas da gripe suína transmitida pelos porcos aos humanos. O virus sofreu mutações e atualmente é transmitido de humanos para humanos.Vacinações são geralmente dadas às pessoas em países desenvolvidos com um menor risco de contrair a doença e às aves de criação. a vacina humana mais comum é a chamada vacina trivalente que contem material purificado e inativo de três variedades do vírus. Tipicamente, esta vacina inclui material de subtipos da variedade A e uma da B. A vacina formulada para um ano pode ser ineficaz no ano seguinte, pois os vírus mudam rapidamente ao longo do tempo, e diferentes variedades se tornam dominantes. Medicamentos anti-virais podem ser utilizados para o tratamento, especialmente os com inibidores de neuramidase. A gripe suína refere-se à gripe causada pelas estirpes de vírus da gripe, chamadas vírus da gripe suína, que habitualmente infectam porcos, onde são endémicas. Em 2009 todas estas estirpes são encontradas no vírus da gripe C e nos subtipos do vírus da gripe A conhecidos como H1N1, H1N2, H3N1, H3N2, e H2N3. Em seres humanos, os sintomas de gripe A (H1N1) são semelhantes aos da gripe e síndroma gripal em geral, nomeadamente calafrios, febre, garganta dolorida, dores musculares, dor de cabeça forte, tosse, fraqueza, desconforto geral, e em alguns casos, náusea, vômito e diarreia. O vírus é transmitido de pessoa para pessoa, e o papel do suíno na emergência desta nova estirpe de vírus encontra-se sob investigação. Contudo, é certo que não há qualquer risco de contaminação através da alimentação de carnes suínas cozidas. Cozinhar a carne de porco a 71 °C mata o vírus da influenza, assim como outros vírus e bactérias. A gripe suína é comum em porcos da região centro-oeste dos Estados Unidos da América (e ocasionalmente noutros estados), no México, Canadá, América do Sul, Europa (Incluindo o Reino Unido, Suécia e Itália), Quénia, China continental, Taiwan, Japão e outras partes da Ásia oriental.O vírus da gripe suína causa uma doença respiratória altamente contagiosa entre os suínos, sem provocar contudo grande mortalidade. Habitualmente não afeta humanos; no entanto, existem casos esporádicos de contágio, laboratorialmente confirmados, em determinados grupos de risco. A infecção ocorre em pessoas em contacto directo e constante com estes animais, como agricultores e outros profissionais da área. A transmissão entre pessoas e suínos pode ocorrer de forma directa ou indirecta, através das secreções respiratórias, ao contactar ou inalar partículas infectadas. O quadro clínico da infecção pelo vírus da gripe suína é em geral idêntico ao de uma gripe humana sazonal. Os suínos podem igualmente ser infectados pelo vírus da influenza humana - o que parece ter ocorrido durante a gripe de 1918 e o surto de gripe A (H1N1) de 2009 - assim como pelo vírus da influenza aviário. A transmissão de gripe suína de porcos a humanos não é comum e carne de porco correctamente cozinhada não coloca risco de infecção. Quando transmitido, o vírus nem sempre causa gripe em humanos, e muitas vezes o único sinal de infecção é a presença de anticorpos no sangue, detectáveis apenas por testes laboratoriais. Quando a transmissão resulta em gripe num ser humano, é designada gripe suína zoonótica. As pessoas que trabalham com porcos, sujeitas a uma exposição intensa, correm o risco de contrair gripe suína. No entanto, apenas 50 transmissões desse género foram registadas desde meados do século XX, quando a identificação de subtipos de gripe se tornou possível. Raramente, estas estirpes de gripe suína podem ser transmitidas entre seres humanos. Assim como a gripe humana comum, a influenza A (H1N1) apresenta como sintomas febre repentina, fadiga, dores pelo corpo, tosse, coriza, dores de garganta e dificuldades respiratórias. Esse novo surto, aparentemente, também causa mais diarreia e vômitos que a gripe convencional. De acordo com a OMS, os medicamentos antiviral oseltamivir e zanamivir, em testes iniciais mostraram-se efetivos contra o vírus H1N1. Ter hábitos de higiene regulares, como lavar as mãos, é uma das formas de prevenir a transmissão da doença. Além disto, deve-se evitar o contato das mãos com olhos, nariz e boca depois de tocar em superfícies, usar lenços descartáveis ao tossir ou espirrar, evitar aglomerações e ambientes fechados e ter hábitos saudáveis como hidratação corporal, alimentação equilibrada e atividade física. Caso ocorra a contaminação, 5 dias após o início dos sintomas, o paciente deve evitar sair de casa pois este é o período de transmissão da gripe A. Algumas organizações religiosas também orientaram aos fiés evitar abraços, apertos de mãos ou qualquer outro tipo de contato físico para impedir a dispersão do vírus durante os cultos religiosos. A contaminação se dá da mesma forma que a gripe comum, por via aérea, contato direto com o infectado, ou indireto (através das mãos) com objetos contaminados. Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Cozinhar a carne de porco a 70 graus Celsius destrói quaisquer microorganismos patogênicos. Não foram identificados animais (porcos) doentes no local da epidemia (México). Trata-se, possivelmente, de um vírus mutante, com material genético das gripes humana, aviária e suína.O surto de gripe suína de 2009 em humanos, oficialmente denominado como gripe A (H1N1) (português europeu) ou influenza A (H1N1) (português brasileiro), e inicialmente conhecido como gripe mexicana, gripe norte-americana, influenza norte-americana ou nova gripe, deveu-se a uma nova estirpe de influenzavirus A subtipo H1N1 que continha genes relacionados de modo muito próximo à gripe suína. A origem desta nova estirpe é desconhecida. No entanto, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) anunciou que esta estirpe não foi isolada em porcos. Esta estirpe transmite-se de humano para humano, e causa os sintomas habituais da gripe.Existe uma vacina para porcos, mas nenhuma para humanos. A vacina contra a gripe "convencional" oferece pouca ou nenhuma proteção contra o vírus H1N1. O Japão anunciou que pretende desenvolver uma vacina eficaz e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) vem investigando formas de tratamento. O Instituto Butantan, em São Paulo, está colaborando com a Organização Mundial de Saúde em uma pesquisa para elaborar uma vacina contra a gripe suína e prevê finalizar o processo dentro de quatro a seis meses. Todavia, segundo Karl Nicholson, da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, se o vírus evoluir para uma pandemia, a primeira onda vai chegar e irá embora antes que uma vacina tenha sido produzida. Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) mapearam as sequências genéticas dos primeiros vírus influenza A (H1N1) a chegarem ao Brasil, que foram, segundo o Ministério da Saúde, coletados de quatro pacientes: dois do Rio de Janeiro, um de Minas Gerais e um de São Paulo. Segundo uma análise preliminar, o vírus encontrado nos casos brasileiros é idêntico ao que circula em outras localidades. Segundo Fernando Motta, pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do IOC, o sequenciamento genético é fundamental para acompanhar a evolução do vírus no país e abre a possibilidade para o desenvolvimento de protocolos de diagnóstico.